Deixar de calibrar os pneus de seu carro na periodicidade correta pode reduzir a vida útil do produto em 45% e aumentar o consumo de combustível do veículo em 4%, de acordo com dados da fabricante Continental. No caso do Chevrolet Onix, o carro mais vendido do país em 2015, isso pode significar tirar do bolso até R$ 10 a mais por mês. Para o cálculo, levamos em consideração o consumo médio do modelo com câmbio automático e motor 1.4 abastecido com etanol.
Mas os riscos vão além do bolso. Não calibrar os pneus é perigoso para a segurança do seu veículo. Segundo Rafael Astolfi, gerente de assitência técnica da Continental, o ideal é enchê-los toda semana, conforme a pressão indicada pela montadora, quando os pneus ainda estão frios, ou seja, no posto mais próximo da sua casa. Entenda abaixo a que perigos vocês está submetido quando enche seus pneus demais ou de menos.
Problemas causados pela falta de pressão
1 – Seu carro fica mais suscetível à aquaplanagem
Segundo Astolfi, os pneus estão diretamente ligados à dinâmica do carro e qualquer variação na pressão, seja ela aumentada ou diminuída, pode alterar o comportamento do veículo. Quando o pneu fica mais murcho, ou seja, quando deixa de ser calibrado, sua área de contato com o solo aumenta e ele empurra a água para frente ao entrar em um piso molhado. Com isso, o acúmulo de água a sua frente fica maior. Esse é o o gatilho para a aquaplanagem.
2 – Seu pneu pode sofrer danos por impacto
“Com pressão baixa os pneus ficam mais sensíveis a danos na lateral por impacto, como queda em buraco, choque contra o meio fio, entre outros, o que faz aquela bolha na lateral do pneu”, afirma o especialista. Essa bolha pode estourar e aí, bem, dê adeus a seu pneu.
3 – Seu pneu pode sair da roda
Sim, a má calibragem pode te levar a esse ponto. Chamada de detalonamento, essa situação é uma exceção, afirma Astolfi, e exige uma série de fatores para acontecer. Além da pressão baixa dos pneus, o veículo deve estar muito pesado e numa curva bastante fechada, por exemplo.
4 – Seu SUV pode capotar
Os SUVs têm o centro de gravidade mais alto do que veículos baixos, tais como sedãs e hatches, por exemplo. Essa construção com mais peso concentrado na parte superior do veículo torna esse tipo de carro mais propenso a capotamentos, o que pode piorar muito mais se a calibragem não estiver em dia.
Em geral, os SUVs tem pneus maiores, com paredes grandes na lateral, como afirma o gerente de assistência técnica da Continental. Com o pneu murcho, as laterais baixam, a área de contato do pneu com o solo aumenta e isso pode fazer com que ele “segure” demais no chão. “Nesse caso, o veículo não joga a traseira durante a curva, acaba derivando demais e pode chegar a um capotamento, mesmo com o controle de estabilidade”, afirma Astolfi.
Como esse tipo de situação varia de acordo com a construção lateral dos pneus, em alguns carros o efeito pode ser o contrário. “Alguns pneus podem dobrar na lateral, levantando e diminuindo a área de contato com o asfalto”, explica o especialista.
Problemas causados pelo excesso de pressão
5 – Sua picape pode perder estabilidade no eixo traseiro
É importante lembrar que todo tipo de carroceria sofre quando há falhas na calibragem, mas a picape fica especialmente instável quando os pneus têm pressão acima do normal. Ao carregar a picape, é preciso aumentar a pressão dos pneus. Mas ao esvaziá-la, a pressão deve ser reduzida ao normal exigido pela montadora. “Como o pneu fica rígido, ele tende a quicar mais, trazendo instabilidade ao eixo traseiro por causa desse excesso”, explica o especialista. Como boa parte das picapes médias conta com traçãço traseira ou temporária, o destracionamento pode causar perda de controle facilmente.
6 – A performance de frenagem de seu veículo pode piorar
Segundo Astolfi, o ombro, ou seja, a lateral do pneu, é responsável por carregar a maior parte da carga do veículo. Quando há excesso de pressão na calibragem, essa lateral levanta demais e a área de contato do pneu com o solo diminui. Sem poder contar com os ombros para o segurar, o carro pode aumentar seu espaço de frenagem. De acordo com o especialista, não é possível quantificar isso, já que envolve variáveis como peso do carro, dimensão do pneu, sistema de frenagem, entre outros.
Fonte: Autoesporte