O Rio Grande do Norte tem o 5º menor efetivo de policiais civis, de acordo com a Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol). Atualmente com apenas 1.398 agentes, o estado potiguar perde apenas para Ceará, Maranhão, Pará e Paraná.
Há dez anos não ocorre concurso publico para a Polícia Civil. A população do RN é de 3.479.010, o que deixa o Estado com uma proporção de um policial para cada 2.485 habitantes. Em 2010 foi instituído, através da Lei Complementar 417/2010, que o efetivo policial civil necessário ao Rio Grande do Norte deveria ser de 5.150 policiais.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do RN (Sinpol-RN), Nilton Arruda, estudos realizados por duas universidades em Santa Catarina (UFSC e UNISUL), demonstram que 60% do efetivo estava acometido por síndrome de burnout, caracterizando a atividade como de estresse excessivo e demonstrando não haver diferença significativa entre o policial operacional de rua e aquele que faz atividade de atendimento ao publico e coleta de oitivas, referentes a atividades internas.
“A Polícia Civil do RN não possui um sistema informatizado que possa garantir otimização do efetivo e uma melhor eficiência na resolução dos crimes. A falta de sistemas informatizados adequados também gera uma subnotificação dos crimes, ausência de informação sobre a criminalidade em diversas áreas e ausência de compartilhamento de informações entre as forças de segurança no estado”, lamentou Arruda.
Para o presidente do Sinpol-RN, o salário em início de carreira de agentes e escrivães (R$ 3.755,48), “é um dos piores do Brasil”.
“O termo herói não é adequado para o policial civil do RN, pois o herói sempre possui dotes sobre-humanos para superação dos problemas contando com o apoio e admiração de todos. O melhor termo é obstinado, pois mesmo com limitação de forças sendo cobrado, desmotivado, emocionalmente esgotado, e muitas vezes punido, segue inflexível no cumprimento de suas missões”, concluiu.
Fonte: Agora RN